Israel compara acções aos ataques após o 11 de Setembro no Iraque

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 Banjamin Netanyahu já havia citado outros ataques de envergadura catastrófica e que chocaram a humanidade, nomeadamente o uso de duas bombas atómicas pelos EUA no Japão (na sequência do ataque a Pearl Harbor) e o flagelo a uma escola pela Inglaterra que matou mais de 80 crianças, durante os combates da Segunda Guerra Mundial.

Meios de comunicação ocidental referem que o Primeiro-Ministro de Israel tem a imagem cada vez mais desgastada inclusive entre os concidadãos por conta da intensidade dos ataques na Faixa de Gaza. Perante o quadro Netanyahu rebate as críticas, principalmente por o Governo não ter previsto o ataque do dia 7 de Outubro, com argumentos que está a cumprir com o seu papel e as responsabilidades só podem ser discutidas após a guerra.

"Por acaso, as pessoas questionavam Franklin Roosevelt após Pearl Harbor? Por acaso as pessoas questionavam George W. Bush após o 11 de Setembro de 2001?", rebateu Netanyahu, durante uma entrevista à rede de televisão norte-americana CNN.

Ressaltou que terá de enfrentar perguntas difíceis após o conflito, que já deixou mais de 11 mil palestinianos mortos só na Faixa de Gaza, além de provocar sofrimento à população civil diante da falta de alimentos, remédios, combustíveis e até água.

Sem previsão de um cessar-fogo, os ataques de Israel por terra e ar não têm poupado sequer escolas, hospitais e abrigos da Organização das Nações Unidas (ONU). Diversos países já pediram investigações contra Telavive por crimes de guerra e contra os direitos humanos. Questionado sobre os bombardeamentos a essas instituições, Benjamin Netanyahu assegurou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) tentam minimizar as baixas entre a população civil. "Estamos a ajudar a criar bairros seguros", garantiu, sem se referir aos números da guerra que, nessa altura, já conferem o deslocamento forçado de mais de 1,6 milhão de palestinianos do Norte para o Sul da Faixa de Gaza.

O Primeiro-Ministro israelita disse que foram estabelecidas rotas para uma área segura na localidade, apesar dos relatos de ataques diários até na fronteira com o Egipto, o que chegou a suspender a entrada de ajuda humanitária. No último sábado, Netanyahu foi alvo de grandes protestos em Telavive, quando uma multidão questionou a condução do Governo frente à guerra.

 
Israel nega pausas humanitárias de 24 horas

Benjamin Netanyahu mantém-se contrário à ideia de estabelecer pausas humanitárias longas para intensificar a entrada dos camiões com suprimentos de necessidade básica- o envio pelo posto de controlo de Rafah começou a cerca de três semanas, mas apenas pouco mais de 500 veículos entraram em Gaza, quando a necessidade é de pelo menos 300 por dia.

"Uma pausa não pode durar um dia. É o que o Hamas quer. Uma série de pausas intermináveis. Assim como os alemães após a Normandia", enfatizou o político, referindo-se à operação de desembarque das tropas aliadas na costa Norte de França em 1944, que acelerou a derrota do III Reich, de Adolf Hitler.



Em declarações à NBC News, o político também falou sobre os reféns e opinou que "poderia haver" um acordo para libertar alguns dos cerca de 240 reféns detidos pelo Hamas. Já o Hamas confirmou no domingo que Israel tem dificultado as negociações. "Acredito que quanto menos for dito sobre isso, maiores serão as chances de que se concretize a libertação dos reféns", disse o Primeiro-Ministro israelita. Revelou que Israel propôs fornecer combustível ao hospital Al Shifa em Gaza, que precisa urgentemente, mas a sua oferta foi rejeitada por conta do Hamas.

 
Contactos diplomáticos

Líderes de países árabes e muçulmanos reuniram-se em Riade para chegarem a consenso sobre a resposta ao conflito entre Israel e o Hamas. A cimeira árabe-islâmica para "unificar esforços" em relação a Gaza conta com a participação do Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, além de dirigentes de países como o Irão, Turquia ou a Síria.

A cimeira pretende reiterar a urgência de pôr fim à guerra entre Israel e o movimento palestiniano Hamas. A Liga Árabe e a Organização de Cooperação Islâmica (OCI) tinham inicialmente previsto uma organização dos debates em separado. Mas, no último sábado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita anunciou a realização conjunta da cimeira.

A decisão, sublinha a agência noticiosa saudita, deve-se à necessidade de os países árabes e muçulmanos alcançarem "uma posição colectiva unificada" em relação "aos acontecimentos perigosos e sem precedentes observados em Gaza e nos territórios palestinianos".




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